O Livro Sem Figuras, de B.J. Novak – Resenha
A primeira vez que vi O Livro Sem Figuras, de B.J. Novak, pude presenciar o poder que ele tem de nos deixar leves. Eu trabalhava numa agência de marketing digital e um dos meus colegas de trabalho chegou com “a novidade”. Acho que o efeito é contagioso: primeiro era um grupinho de três que lia um par de páginas e caia na gargalhada. Isso chamava mais gente, mais páginas, mais gargalhadas e ainda mais gente. De repente estava toda a equipe numa roda, ansiosos pela surpresa que viria além. E não havia figuras.
Embora não tenha figuras, sobra design em todos os sentidos. Não é apenas graficamente bem feito, mas é a partir da compreensão do comportamento dos indivíduos – leitores e ouvintes da leitura – que o autor desenvolve seu projeto e sua narrativa. E design, meus amigos, é exatamente esse exercício criativo, planejado, com o objetivo de manifestar comportamento no público.
Papo cabeça de lado, vamos ao que interessa. Anos depois O Livro Sem Figuras apareceu na minha lista de leituras obrigatórias de um curso. Não foi tão fácil de achar nas livrarias quanto eu imaginava, sempre esgotado, mas nada que 15 dias de espera pelos Correios não resolvesse.
Meu parceiro de aventuras literárias, Gabriel, já estava pronto para dormir, de pijama e tudo. Era hora da leitura que nos conduziria a um sono tranquilo, mas eu menosprezei O Livro Sem Figuras. Quase varamos a noite nos revezando entre leitor e ouvinte, gravamos vídeos para toda a família e a agitação era total. No dia seguinte não houve um indivíduo vivo entre a nossa casa e a escola dele que não tivesse apresentado ao mundo maluco de Novak.
A ideia do livro é interessantíssima. Ele provoca um diálogo entre o narrador e o leitor, partindo da situação pouco usual de se fazer um livro para criança sem figuras. Nas primeiras páginas fazemos um trato com o livro e somos obrigados a cumprir… e aí a brincadeira começa.
A edição da Intrínseca de capa dura e alto relevo é impecável. É um livro obrigatório na estante de qualquer criança (e de alguns adultos também, porque não?)
Deixo abaixo um pequeno exemplo do efeito dele nas crianças.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=FEddHrg0Ffk]
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