Avós, de Chema Heras – Resenha
O meu livro favorito da vida é O Amor nos Tempos do Cólera. Um livro sobre amar e envelhecer. Não é por acaso que meu filho se chama Gabriel, né? Mas existem histórias sobre velhice igualmente potentes sem precisar do mundo mágico de Garcia Marquez para serem encantadoras.
Avós, livro de Chema Heras e ilustrado por Rosa Osuna, é uma bom exemplo. Não tem nada mágico ou fantasioso, não tem nada extraordinário, a não ser o próprio fato dele ter os dois pés fincados ao chão. É um livro sobre amar, envelhecer. É um livro sobre verdade.
A história começa com o avô todo faceiro ao descobrir que haveria festa com música na praça da cidade. Ele corre depressa para chamar a avó, que, convenhamos, tem mais o que fazer. Mas o avô tem um jeito muito próprio para conduzir a velha, cheio de carinho, perseverança e criatividade para tecer elogios à sua companheira. A timidez e ternura da avó, são características que reconhecemos em nós mesmos, mas somente o leitor mais atento vai perceber que a vovó é bem esperta.
O ponto alto se dá no encontro dos dois, tão iguais, tão belos ao olhar do seu amado. Essa é a lição que fica.
A leitura com Gabriel foi bem divertida. As ilustrações são leves e provocaram altas risadas. O vovô e vovó da história se parecem, de algum jeito, com o vovô e a vovó de Gabriel, meus pais, o que nos ajudou a interagir ainda mais com a história.
Claro que não pode faltar aquela lágrima básica no final, ao ver “meus pais”, mais de quarenta anos depois bailando por aí como dois passarinhos apaixonados. Vou lembrar deles assim para sempre.
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