Dia de Chuva, de Álvaro Modernell
Tem alguns livros que ganham a gente pela capa. Dia de chuva, escrito por Álvaro Modernell, ilustrado por Romont Willy e publicado pela Mais Amigos é um desses casos. Quando bati o olho no azul fechado e na nuvem singela que distribuia suas gotinhas, não pude deixar de pegar.
A melhor parte dos livros que ganham a gente pela capa, no entanto, é quando eles nos surpreendem ainda mais com seu interior, e aí o Dia de chuva ganha de lavada, com o perdão do trocadilho.
O que o autor faz – e o ilustrador representa muito bem – é uma breve lista do que acontece em dias de chuva. As coisas boas, como poder ver arco iris, como poder ler um livro sem pressa, comer rabanadas, ou mesmo ficar aconchegado, debaixo dos cobertores, que delícia! Mas tem as coisas tristes também, como para quem mora na rua, para os animais abandonados, para quem mora em lugares sem infraestrutura, por exemplo.
Engraçado é que, quando li o livro pela primeira vez, foi na época de seca em Brasília, onde moramos. Já eram mais de 3 meses sem cair uma gotinha de chuva sequer. Então nossas lembranças sobre a chuva eram as melhores e cheias de esperança. Mas no fim de setembro, quando ela chegou, não foi difícil se lembrar dos perrengues de esquecer as janelas abertas ou das trovoadas que assustam nossos bichinhos de estimação.
Gosto da forma despretenciosa como o livro nos faz pensar sobre a nossa relação com essa força da natureza e nos convida a ter empatia com o outro. Adoro livros que despertam conversas em casa com os pequenos.
Qual a nossa relação com o dia de chuva? O que é mais legal quando chove? E o que é chato?
Quero destacar estas duas páginas como exemplo do belo trabalho de Rommont Willy. O drama, o contraste, o sentimento… isso tudo faz a gente sentir a cena ainda mais viva.
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